quarta-feira, novembro 22, 2006

Heróis....

O que é preciso pra ser um herói? Talvez ter músculos capazes de levantar um prédio, poder voar, enxergar através das paredes ou mesmo disparar raios pelos olhos seja uma resposta mais fácil. Mas isso, além de não ser possível, talvez nem sejam os pré-requisitos.
No mundo dos hq’s os heróis tem dilemas complexos, dramas pessoais e normalmente vidas infelizes. Salvar o mundo custa geralmente seus sonhos, seus amores, sua felicidade. Suas fraquezas vão além da kryptonita, são família, amores, amigos, pessoas. Suas maiores virtudes são seus motivos, seus ideais e não seus super-poderes. Os criadores destes fantásticos personagens os fizeram com personalidades próprias e tão singulares que independem de seus poderes para ter sua legião de fãs.
Estes super-heróis são impossíveis na vida real, ou pelos seus super-poderes ou por suas exageradas habilidades atléticas, marciais e intelectuais. Mas e os super-vilões? Lex Luthor, Coringa entre outros, não tem nem poderes extraordinários, nem precisam de itens mto anormais. Seus elementos são existentes, aliás, existem diversos Coringas espalhados por aí sem a maquiagem (o que os torna ainda mais perigosos).
Nós temos os super-vilões, que roubam milhões, que mandam matar, que dominam cidades, estados, países. Nós temos super-vilões que matam sem escrúpulos, que atacam com o super-poder de uma arma e sua identidade secreta ou desapercebida.
Os heróis são heróis pq defendem causas, justiça, ideais cada qual com sua motivação, objetivos e pontos de vista.
Nossos heróis são poucos e entre estes mtos se tornam vilões. Nossos heróis não tem peito de aço para tomar as balas atiradas covardemente pelos vilões (que tem o super-poder do elemento surpresa). Nossos heróis nem tem legiões de fãs e também não são admirados por sua personalidade. Nossos heróis não são famosos, apenas são bravos até caírem.
Talvez um dia vejamos que nós temos que ser os heróis das nossas vidas e da nossa sociedade, lutar pelo nosso ideal. Mas talvez nós não estejamos dispostos a abrir mão da nossa segurança, dos nossos compromissos, do nosso medo.
Até então podemos continuar a encarar como herói um jogador de futebol, um artista ou sei lá quem esteja enchendo os bolsos com dinheiro, sendo idolatrado sem fazer nada por nós.

5 comentários:

Mauro disse...

Muito bom o texto. Ilustra bem o que passamos no Brasil.

Ricardo Ramos disse...

É cara, antes de mais nada, parabéns pelo texto!
Somente alguém que tem de assistir muito desenho com o filho pra fazer uma analise psicológica dos super-heróis... rs

flw...

Anônimo disse...

Vou postar sobre os perfis psicológicos com mais detalhes...
mas não assisto tantos desenhos assim com meu pequeno, assisto mais sozinho...rs

Adriano disse...

Alem dos super-viloes e dos super-herois existem tbm muitos super-idiotas e super-manés q atormentam a nossa vida todos os dias. Nao preciso citar nomes né? hehe

Ricardo Ramos disse...

Ah, lembrei desse trecho de música:

"Meus heróis morreram de overdose
Meus inimigos, estão no poder..."

Grande Cazuza