domingo, novembro 19, 2006

Ayrton Senna Racing Day

Fala povo, blz???

Pretendia nunca repetir postagens do meu blog pessoal aqui no Bluft!, mas acho que a ocasião permite, rs
Abaixo a experiência vivida hoje em Interlagos:

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Relato de um aspirante a corredor

Aqui fica um breve relato de um aspirante a corredor. A aventura foi vivida e dividida com outros bravos colegas, que assim como eu, aceitaram o desafio de participar da 3ª Maratona de Revezamento – Ayrton Senna Racing Day, em 19 de novembro de 2006.
O dia começa as 5:15h da manhã. Horário não habitual para esse que vos escreve.
Banho, café da manhã. Na mochila boné, óculos escuros, frutas, isotônicos, frequencímetro e uma dose extra de vontade e ansiedade.
Depois de quase uma maratona para chegar ao Autódromo Municipal José Carlos Pace, o popular Interlagos, tive de enfrentar a primeira subida do dia: do local onde o carro foi estacionado até a área dos boxes.
Os 42,2km serão divididos em 8 atletas, que correrão na seguinte ordem: Fábio, Cleide, Dilma, Eu, Márcio, Klauss, Celestino e Zé Roberto.
As 8h em ponto é dada a largada. Após 26 minutos aproximadamente Fábio passa o bracelete (na verdade um elástico de prender cabelo, mas tudo bem) para a Cleide. Passados 37 minutos é a vez da corredora Dilma acelerar nas curvas de Interlagos.
Nesse momento eu já estava no interior do Box de número 10, aguardando ansiosamente a chegada da minha hora.
Fiz timidamente meu leve aquecimento, logo após de um habitual alongamento. Confesso ter ficado cansado ao observar o aquecimento de outros corredores.
Apesar de todo atenção e expectativa para a passagem do bracelete, quase não percebo a chegada da colega Dilma, mas felizmente ela me achou no meio dos demais.
Uns 100 metros separam o local de onde parto até a linha de largada. Esse trecho é feito com cautela para não perder o controle logo de cara.
Após passar pelo ponto inicial da corrida, já encontramos uma curva para esquerda, uma descida. Para quem conhece o autódromo da TV, é a área interna dos boxes ao lado o famoso S do Senna. Seguindo o conselho de praticamente todos os amigos, segurei para não disparar nesse trecho, que era o início de uma grande descida.
No meio desse mini S, estava o primeiro posto de água. Já estava passando sem pegar uma garrafinha quando ouço alguém dizendo que água agora só no 3º km. Peguei uma garrafa.
Nessa hora começo a ouvir um barulho estranho vindo da sola do meu tênis esquerdo. Uma breve parada para retirar uma pedra que havia se alojado numa reentrância do tênis. Ainda me pergunto de onde essa pedra apareceu.
Uns dois goles e o resto na cabeça, esse foi o destino da primeira garrafinha.
Avisto a uns 50 metros uma moça correndo num ritmo parecido com o meu. Antes que pensasse em ultrapassá-la, lembrei que deveria manter minha passada. Alguns minutos depois, ela começou a andar. Cheguei ao seu lado. Voltou a correr. Continuei na mesma cadência. Logo ela voltou a andar e não me lembro mais de vê-la. Isso aconteceu umas 4 ou 5 vezes no percurso com pessoas diferentes.
Claro que o número de corredores que me ultrapassaram como se eu estivesse parado foi enorme, mas vi que manter o seu ritmo é essencial.
A essa altura já tinha superado o 1ºkm. Uma descida e um trecho plano, seria o trecho mais fácil. Pouco antes de chegar ao km 2, uma subida suave foi enfrentada. Aliás, nessa hora não achei tão suave, mas depois do que enfrentaria, mudei de opinião.
Posto de gatorade. Mais uma vez segui conselhos, dessa vez, parar para beber o isotônico, pois caso contrário, o risco de jogar contra o rosto ao invés de beber era grande.
Mais uma descida, dessa vez começando a ficar bem inclinada a pista. É o famoso mergulho do autódromo. Assim como dito no começo da prova, lá estava o posto de água no km 3, início do pior trecho da prova. Uma longa e íngreme subida. Peguei mais uma garrafa de água. Essa garrafa foi toda para refrescar o corpo.
Foi nesse trecho em que minha freqüência cardíaca chegou a 92% da máxima. Continuei numa corrida lenta, para conseguir continuar correndo. Enquanto alguns me passavam com facilidade, ultrapassei pessoas que não agüentaram e subiram andando. Alguns desses corredores já haviam me ultrapassado antes.
Quando a subida começa a suavizar, mas ainda longe do fim, junto a uma ambulância ouço os para-médicos dizendo a outro corredor “vamos lá, falta pouco!” não pude conter o riso, o que até ajudou a chegar ao km 4, já no começo da reta dos boxes.
O último km foi todo na reta dos boxes. Com ida, volta e mais um pedaço dentro dos boxes para a transição.
Na TV, essa reta parece plana. Doce ilusão. Leve subida no começo e subidas e descidas no decorrer. Antes da ultima curva, a pista estava excessivamente inclinada para direita. Ao contornar a última perna, a inclinação aumentou. Isso dificultava muito.
Após a placa de 5km, a pista ficou nivelada, faltavam 275 metros para a linha de chegada e mais uns 150 metros até o ponto onde entregaria o bracelete ao Márcio.
Nessa hora, meus pés estavam ameaçando adormecer, mas tirei forças de Deus sabe onde para a arrancada final, o famoso sprint. Foi o suficiente para ultrapassar um corredor que estava a minha frente e abrindo vantagem.
A emoção de cruzar a linha de chegada é algo que só vivenciando para entender. Mas ainda faltavam mais alguns metros para fazer a troca com o próximo corredor. Avistei o Márcio, entreguei o bracelete, desejei boa sorte e missão cumprida. Foram 34min de superação.
Para o Márcio, foi preciso em torno de 28 minutos para completar o percurso. Agora era a vez do Klauss, outro estreante. O tempo foi parecido com o meu, em torno de 33 minutos.
Eis que Celestino, com seus 57 anos começa sua prova. Mesmo voltando a correr a pouco tempo, precisou apenas de 30 minutos para completar o percurso e entregar o bracelete para nossa última volta, com nosso melhor corredor, José Roberto.
Ele passou pelos mesmos obstáculos que nós, mas mesmo assim, conseguiu um tempo que para mim foi muito bom, 21 minutos.
Fica aqui também a lembrança da incentivadora e capitã da equipe, a Luzia, que ainda correu pela outra equipe e terminou com 46 minutos.
Obrigado também as pessoas que foram nos prestigiar: Ana Maria, Roseli e sobrinha, filho do Celestino, Verônica, filha da Luzia (que também correu).
E assim acabou minha primeira experiência como aspirante a corredor. Espero que tenha sido a primeira de muitas que virão.


Ricardo Ramos
19/11/2006 20:30h

6 comentários:

Mauro disse...

Parabéns para a equipe toda. E principalmente para os estreantes, que conseguiram dar esse exemplo de superação.
Só faltou colocar uma tabela com o nome dos corredores da equipe e os respectivos tempos para ficar mais fácil a visualização.

Ricardo Ramos disse...

Opa... valeu Maurão...

Vou esperar sair o resultado oficial né? fica mais fácil...

fui...

Anônimo disse...

5 km em 34 minutos? não tem vergonha?

Ricardo Ramos disse...

Pior que não... já que a meta era terminar!!!! rs

Adriano disse...
Este comentário foi removido pelo autor.
Adriano disse...

Soh quem ja correu na rua sabe como é dificil chegar, e se ele postar aqui uma foto q me mostrou vcs vao notar q alem de tudo ele ainda correu os 5 kms com uma pochete cheia na cintura hauhauhauha

Parabéns! Para melhorar o tempo na próxima deixa a pochete em casa.

Fui